"O
HOMEM E SUA FELICIDADE"
A Doutrina Evangélica como Moral - item 7
Carlos
Toledo Rizzini
[...] Sem o livre arbítrio, o homem não teria nem
culpa das faltas cometidas, nem méritos das boas ações. Semelhante propriedade
o torna responsável pelos atos; isto
significa que ele há de responder pelas consequências do que fizer, sem
procurar ocultar-se detrás de outrem. Mais ainda, em virtude da citada lei de
ação e reação, deverá receber o choque de retorno determinado pelo ato lançado
e reabsorver as consequências, boas ou más, que este gerar. Só tal consideração
já mostra que o livre arbítrio é relativo (ou a liberdade é condicionada); se agregarmos os fatos
passados ainda não solucionados, teremos, no destino humano, uma faixa determinística, na qual não podemos
interferir livremente. Por isso, muita coisa fazemos ou sofremos sem gostar das
situações ou sem decidir racionalmente. Casamos mal frequentemente e não raro
temos filhos de uma espécie desagradável; trabalhamos no que não apreciamos e
convivemos com gente que nos aborrece e até prejudica. Passamos privações
ásperas e vai por aí: é o passado que volta exigindo expiação ou reparação de
antigos deslizes contra o próximo (ou necessidade de desenvolver o amor
n'alma). Mas, ainda nessa eventualidade, o livre arbítrio não desaparece e nem
mesmo dentro da solitária (A. Luiz) ele falece de todo: sempre poderemos
melhorar ou piorar a nossa situação conforme a vontade levar-nos à ponderação
ou à revolta. Contudo, útil será que o leitor lembre que a liberdade existe
sobretudo na fase de decisão,
enquanto a mente avalia os prós e os contras do que pretende fazer; emitida a
ação, ela segue uma trajetória no espaço empós do alvo designado e acarretará,
para o agente, efeitos muita vez lamentáveis a longo prazo. Ao depois, ela só
poderá corrigir tais resultados exteriorizando impulsos em sentido contrário,
construtivos.[...]
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