domingo, 20 de abril de 2014

JOANNA DE ÂNGELIS / DIVALDO PEREIRA FRANCO - TRIUNFO PESSOAL

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Cap. 6 - Transtornos Profundos

     O ser humano é o somatório dos seus pensamentos, atitudes e realizações. O Self, na condição de um arquétipo primordial, preside ao processo de desenvolvimento que lhe é imperioso alcançar, mediante as experiências que fazem parte dos estatutos da Vida.
     Larguíssima trajetória percorre o psiquismo desde os impulsos primários até o patamar dos instintos agressivos, depois aos mantenedores da vida, passando pelos reflexos condicionados, quando então surge desafiadora a inteligência, a princípio obnubilada pela cortina das manifestações primárias, clareando os impulsos que se transformam em emoções, quando então o Self avança no rumo da consciência que enfrenta novos desafios até alcançar o nível cósmico ou plenitude.
     Todo esse arcabouço inicial se insculpe nos recessos do ser e se transforma em alicerce para novas edificações que se concretizam, a pouco e pouco, dando surgimento a imagens arquetípicas que lhe passam a constituir o patrimônio pessoal intransferível.
     Porque muito largas as experiências primárias, que se desenvolvem mediante os automatismos, que se convertem em percepções que identificam os significados das coisas e da realidade, tornando-se reflexos que se condicionam e são transferidos de uma para outra geração, as suas fixações são muito profundas. Mesmo quando o Self começa a desempenhar a sua formidanda faculdade de expressar-se nos patamares da inteligência e do sentimento, nas formulações dos anseios e dos ideais de enobrecimento, aqueles registros mais fortes predominam na sua constituição psicológica e ressurgem sempre com força dominadora, que deseja impor-se, perturbando os direcionamentos que conduzem ao bem-estar pleno.
     Os fatores endógenos e exógenos que preponderam para o surgimento de psicopatologias profundas e de transtornos variados são decorrência do clima pessoal de cada indivíduo, das suas realizações anteriores, das suas ambições dignas ou vulgares, que geram ondas de sintonia com esses implementos responsáveis pelo surgimento dos mecanismos de realização e evolução na pauta do seu desenvolvimento.
     As más inclinações que induzem ao erro, ao crime, à crueldade, são as heranças perversas que não o abandonaram, jungindo-o ao primarismo que deve ser superado a esforço contínuo, qual a débil plântula fascinada pelo raio de Sol, ascendendo na sua direção, enquanto dele se nutre e submete-se-lhe ao tropismo.
     Há um Sol transcendente, que é o Arquétipo Primacial – a Divindade – que se irradia como fonte de vida, de calor, de energia, Eixo central do Universo e Gerador do Cosmos, que atrai na Sua direção todas as expressões que O manifestam na Criação.
     A vida, portanto, desenvolve-se no rumo desse Fulcro, que é a Causalidade absoluta, da qual ninguém ou coisa alguma se pode evadir.
     É essa força incoercível da evolução que propele o ser humano ao crescimento, a um objetivo de natureza eterna, ao invés da transitoriedade que se consome no aniquilamento, ou melhor dizendo, na transformação dos implementos moleculares da sua constituição orgânica. Eis porque o Self é imemorial, indestrutível na sua essência. [...]